quarta-feira, 24 de março de 2010

FIGURAS ILUSTRES DE AMARANTE - Agustina Bessa-Luís




Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante em 1922, descendente de uma família de Entre Douro e Minho e de uma família espanhola de Zamora. Passou a sua infância e adolescência nesta região, cujo ambiente marcou a obra da escritora amarantina. Na idade adulta, viveu, no Porto, onde reside actualmente.

Em 1948, escreveu o seu primeiro romance, a novela Mundo Fechado, mantendo desde essa altura um ritmo de publicação pouco usual nas literatura nacional, tendo escrito, já, mais de 50 obras.

Tem representado a literatura portuguesa em diversos colóquios internacionais e realizado conferências em universidades de todo o mundo.

Foi membro do conselho directivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma, 1961-1962).

Entre 1986 e 1987 foi Directora do diário O Primeiro de Janeiro (Porto). Entre 1990 e 1993 foi directora do Teatro Nacional de D. Maria II (Lisboa) e membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social.

É membro da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres (Paris), da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, tendo já sido distinguida com a Ordem de Sant'Iago da Espada (1980), a Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988) e o grau de "Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres", atribuído pelo governo francês (1989).

Em 1954, com o romance A Sibila, que Agustina Bessa-Luís impôs-se como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa contemporânea. Conjugando influências de autores como Raul Brandão na construção de uma linguagem narrativa onde o intuitivo, o simbólico e uma certa sabedoria telúrica e ancestral, transmitida numa escrita de características aforísticas, se conjugaram com referências de autores franceses como Proust e Bergson, no que diz respeito à estruturação espácio-temporal da obra, Agustina Bessa-Luís é senhora de um estilo único, paradoxal e enigmático.


Muitos dos seus romances foram adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira. É o caso Fanny Owen ("Francisca"), Vale Abraão e As Terras do Risco ("O Convento"), e "Party". É também autora de peças de teatro e guiões para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e encenado por Filipe La Féria (Teatro Nacional D. Maria II, 1995).

Recebeu aos 81 anos o mais importante prémio literário da língua portuguesa: o Prémio Camões, em 2004.


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