quarta-feira, 19 de maio de 2010

Entrevista a Dra. Margarida Pinto


Durante quantos anos esteve ligada ao Colégio?
MP: Estive ligada ao Colégio de S. Gonçalo, sete anos como aluna e cerca de três anos como professora.


Enquanto aluna, quais os aspectos positivos e negativos do seu percurso no Colégio de S. Gonçalo? E enquanto professora?
MP: Fui aluna interna do Colégio na década de setenta/oitenta. Estamos a falar de uma altura onde tudo era um “bocadinho” diferente do que é agora. Por isso, falar hoje em aspectos positivos e negativos não é fácil nem faz sentido sem nos abstrairmos do tempo actual. Hoje há mais informação, abertura, cumplicidade e companheirismo saudável entre aluno/professor, comparativamente ao meu tempo. Os alunos hoje convivem, conversam e circulam no recreio e nos corredores do Colégio de uma forma perfeitamente normal, comparativamente com o meu tempo (onde os rapazes saíam por uma porta para um recreio e as raparigas por uma outra porta e para outro recreio).


Que diferenças encontra entre o ambiente do Colégio do seu tempo de estudante e o do seu tempo de professora?
MP: Fui professora no Colégio entre 1986 e 1990. Neste período o ambiente que encontrei já era diferente do meu de estudante, mas também era diferente daquele que se vive agora. Falar de diferenças não faz sentido, estamos a comparar épocas diferentes.
A evolução do ambiente vivido faz parte das nossas vidas, irá fazer parte das vossas!
A grande diferença é, sem dúvida, a cumplicidade saudável que existe entre os alunos, entre aluno/professor/director, que permite que o intercâmbio seja muito mais do que a simples transmissão de conhecimentos mas também de vivências, de experiências, de companheirismo e até de amizade e nisso vocês são uns privilegiados!


Considera que as aprendizagens obtidas no Colégio foram cruciais para o seu sucesso na sua vida profissional? Porque?
MP: Sem dúvida que sim, estudávamos muito, líamos muito, os nossos trabalhos eram baseados em pesquisa nos livros, porque não tínhamos acesso à informação com a facilidade que vocês têm, isso permitia-nos desenvolver raciocínios, cálculos mentais… que de certa forma foram nos ajudando a percorrer o nosso caminho.


Em que medida os anos vividos no Colégio (como aluna e professora) foram importantes na sua formação pessoa e como influenciam a sua vida actual?
MP: As regras, o grau de exigência, o respeito e a responsabilidade que nos são transmitidos faz-nos crescer como pessoas e são armas que utilizamos todos os dias na nossa vida pessoas e profissional.


Sabemos que colocou os seus educandos a estudar nesta instituição. Porque razões o fez?
MP: Porque o Colégio era e é para mim uma referência como instituição com princípios e valores que considero importantes complementos à educação.


Descreva uma situação que tenha sido marcante durante o seu percurso como aluna e outra enquanto professora.
MP: Como aluna interna que era, foi sem dúvida o dia em que as aulas acabaram, mandaram-nos para o estudo e como não víamos televisão nem ouvíamos rádio só no dia seguinte é que soubemos, pelos alunos externos, que tinha havido uma revolução, o 25 de Abril de 1974.
Como professora, talvez o dia em que comuniquei ao Sr. Padre Clemente que ia sair do Colégio a meio de um ano lectivo.


Por fim, o que diria aos pais que estão indecisos entre colocar ou não os seus filhos no Colégio? Aconselharia esta instituição ou não? Porquê?
MP: Não sei. Penso que é uma escolha dos pais. No público ou no privado, temos bons educadores, temos bons alunos. O importante é que estejamos atentos aos nossos filhos, estejamos presentes quando eles precisam, que nos desloquemos à escola quando necessário e que juntamente com a escola transmitamos conhecimentos e valores essenciais à sua formação.

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